No Uruguai, Mercosul e UE anunciam acordo histórico de livre comércio
Após mais de duas décadas de negociação, anúncio foi feito em Montevidéu, durante a cúpula do Mercosul
Líderes do Mercosul e da União Europeia (UE) anunciaram nesta sexta-feira (6/12) a assinatura de um acordo histórico de livre comércio entre os dois blocos econômicos. O anúncio foi feito em Montevidéu, no Uruguai, durante a cúpula do Mercosul, e marca o fim de uma negociação que se estendeu por 24 anos, desde que os diálogos iniciais começaram, em 1999.
A cerimônia contou com a presença dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Javier Milei (Argentina), Santiago Peña (Paraguai) e do anfitrião Luis Lacalle Pou (Uruguai), além da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O chanceler uruguaio, Omar Paganini, anunciou na quinta-feira (5/12) que as negociações entre as delegações haviam sido concluídas, abrindo caminho para o anúncio formal. Especialistas destacam que o acordo tem potencial para trazer impactos significativos à economia dos países envolvidos, especialmente para o Brasil.
O tratado busca reduzir barreiras tarifárias e não tarifárias, facilitando o comércio de bens e serviços entre os blocos. Para o Mercosul, o acordo representa uma oportunidade de diversificar exportações e atrair novos investimentos. Para a UE, a parceria promete fortalecer a presença no mercado sul-americano e ampliar a competitividade global.
Um estudo conduzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) projeta que o tratado pode resultar em um aumento de 0,46% no produto interno bruto (PIB) brasileiro entre 2024 e 2040. Além disso, os investimentos no país podem crescer até 1,49% no mesmo período.
Desafios e expectativas
Apesar do otimismo, analistas destacam desafios que precisam ser enfrentados para a implementação do acordo. Questões como protecionismo agrícola na Europa e ajustes às normas ambientais podem exigir esforços adicionais dos signatários.
Ainda assim, o acordo é celebrado como um marco de cooperação internacional, com potencial para estimular o crescimento econômico e estreitar laços comerciais entre os continentes. A próxima etapa será a ratificação do acordo pelos parlamentos de cada país membro, processo que deve ser acompanhado de perto nos próximos meses.