Relatório denuncia o escândalo de clínicas de Limeira que usam autismo como “produto” e faturam alto

Relatório denuncia o escândalo de clínicas de Limeira que usam autismo como “produto” e faturam alto

Um relatório que revela a ação criminosa de clínicas para tratamento do autismo foi apresentado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Rede de Pesquisa em Saúde Mental de Crianças e Adolescentes, aponta para uma ação de clínicas que usam autismo como “mercadoria”, lesando o Serviço Único de Saúde. Limeira está no “esquema” com clínicas de impõem tratamentos e medicação sem comprovação científica de eficácia.

No setor público de saúde, o relatório denuncia o direcionamento financeiro de recursos, patrocinado por ações políticas neste sentido. O documento revela a criação de clínicas com atendimento exclusivo a pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que vai na contramão do proposto pelo setor público, que defende ação comunitária intersetorial. O escândalo não é exclusividade dos grandes centros, mas em cidades do interior, como é o caso de Limeira (região de Campinas).

GOLPE DE TERAPIAS

Uma das práticas comuns dessas clínicas, que lesa tanto o setor público quanto operadores de plano de saúde, consiste na indicação de número exagerado de terapias, marcando dezenas de sessões, que serão cobertas pelo plano. Em Limeira, as clínicas usam do mesmo expediente.

Em toda a abordagem sobre o problema, o documento mostra a expansão dessas clínicas que usam o autismo como negócio para ganhar muito dinheiro. Os ativistas especialistas condenam de forma veemente esse “mercado” descoberto. Para se ter uma ideia do quanto essas clínicas faturam, o autismo superou o tratamento de câncer.

Essa prática, além de lesar o serviço público, provoca impacto negativo nos planos de saúde que são obrigados a bancar tratamentos caros, pois as clínicas levam pacientes a tratamentos por tempo desnecessário, causando prejuízo aos planos de saúde. O caso chegou às mãos do presidente da Câmara dos deputados, Arthur Lira (PP-AL), que negociou acordo entre as operadoras para que os contratos rescindidos, depois de investigações e decisões na Justiça, voltem a prestar o atendimento.

BENS DE CONSUMO

O problema não fica apenas nos atendimentos, mas avança aos produtos de bens de consumo, como os medicamentos indicados para autistas, mesmo sem comprovação científica de sua eficácia. Entre esses produtos estão até acessórios eletrônicos, móveis e brinquedos. Esses produtos, quando indicados para autistas, seus valores são acrescidos a preços exorbitantes, gerando um lucro milionário.

Outra realidade revelada no relatório, a UFRJ, indica que até prefeituras, redes hoteleiras, times de futebol, fazem uso do autismo, alegando política de inclusão, mas o objetivo é faturar.

O documento aponta ainda que o autismo tem sido mais beneficiado que outros transtornos tão importantes quanto. Somente no ano passado, o Ministério da Saúde destinou R$ 540 milhões para a criação de núcleos com especialização no autismo. Enquanto isso, foram destinados apenas R$ 344 milhões para todos os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em todo o país. Segundo o Ministério da Saúde, esses recursos para tratamento do autismo foram pactuados com estados e municípios.

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