Lula passa vergonha em inauguração de campus incompleto em Osasco-SP
Durante a inauguração do campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em Osasco, São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi confrontado por Jamilly Fernandes Assis, uma estudante de direito da universidade. Em seu discurso, a estudante criticou duramente o estado inacabado das instalações, destacando a falta de uma biblioteca e os problemas estruturais do campus, como telhados de amianto, salas com cheiro de mofo, além de um auditório e refeitório em más condições. Essa manifestação ocorreu em pleno palanque, durante a cerimônia de inauguração, e gerou uma reação mista entre os presentes, resultando em aplausos para a estudante e constrangimento para Lula e a primeira-dama, Janja.
A crítica de Jamilly não foi apenas uma expressão de frustração individual, mas refletiu um sentimento mais amplo entre os estudantes da Unifesp. Desde 2019, eles enfrentam dificuldades devido à falta de uma biblioteca adequada, essencial para o desenvolvimento acadêmico. A inauguração de um campus incompleto simboliza, para muitos, a desconexão entre as promessas governamentais e a realidade enfrentada diariamente nas instituições de ensino.
Lula, visivelmente desconfortável, reconheceu a legitimidade das críticas e afirmou que o governo está empenhado em resolver os problemas mencionados. Ele destacou a importância das universidades e reafirmou o compromisso de seu governo com a educação pública de qualidade. No entanto, para muitos, essa resposta pareceu insuficiente diante da gravidade das queixas levantadas e apenas uma boa forma de esquivar-se das críticas feitas, colocando panos quentes sobre a situação.
O episódio é emblemático de uma série de problemas mais amplos relacionados à gestão do PT (Partido dos Trabalhadores). A inauguração de um campus inacabado é um exemplo do que consideram ser uma abordagem “superficial” e “eleitoreira” das administrações petistas, priorizando cerimônias e eventos públicos em detrimento da entrega de projetos completos e funcionais. Além disso, destacam que situações como essa evidenciam uma falta de planejamento e eficiência na administração pública.
Essa perspectiva é fortalecida por uma análise das políticas educacionais do governo Lula e Dilma Rousseff, que, embora tenham expandido significativamente o acesso ao ensino superior através do aumento do número de universidades e campi federais, muitas vezes foram criticadas por não garantir a infraestrutura e os recursos necessários para o funcionamento adequado dessas instituições. A expansão rápida, sem o devido suporte estrutural, resultou em problemas recorrentes de manutenção e funcionamento, como os apontados por Jamilly.
Ademais, a crítica sobre o estado das universidades federais se alinha com uma visão mais ampla da direita sobre a necessidade de reformas profundas na gestão pública, defendendo que a eficiência e a transparência sejam priorizadas para evitar desperdícios e garantir que os recursos sejam utilizados de forma eficaz. O episódio em Osasco serve como um ponto de inflexão para esses debates, colocando em evidência a necessidade de repensar como os investimentos em educação são planejados e executados.
Este incidente também fortalece a perspectiva de que o PT utiliza eventos de inauguração como estratégias políticas para fortalecer a imagem do partido, especialmente em períodos de crise ou baixa popularidade, como o enfrentado atualmente pelo governo Lula. Em vez de focar em inaugurações simbólicas, o governo deveria concentrar esforços em completar e manter as obras e serviços públicos já iniciados, garantindo que atendam às necessidades reais da população.
A manifestação de Jamilly Fernandes Assis em Osasco ressalta a importância do ativismo estudantil e da voz crítica dentro das universidades, elementos essenciais para a construção de um ambiente acadêmico democrático e participativo. Sua coragem de enfrentar o presidente em um evento público destaca a vitalidade da democracia brasileira e a importância de manter um diálogo aberto e transparente entre governantes e governados.