Casos de coqueluche disparam na capital paulista
A cidade de São Paulo registrou um aumento alarmante nos casos de coqueluche este ano, alcançando 165 ocorrências até julho, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Em comparação, o ano anterior contabilizou apenas 14 casos. A coqueluche, uma doença infecciosa transmitida pelo ar, afeta principalmente crianças e bebês com menos de um ano de idade.
A doença, também conhecida como pertussis, é altamente contagiosa e se espalha através de gotículas de tosse, espirros ou até mesmo ao falar. Os sintomas iniciais são semelhantes aos de um resfriado comum, incluindo mal-estar, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa. À medida que a doença progride, a tosse seca pode se tornar severa e descontrolada, comprometendo a respiração e causando vômito ou cansaço extremo.
A vacinação é a principal medida preventiva contra a coqueluche e é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Existem dois tipos principais de vacinas disponíveis: a vacina de células inteiras, destinada a crianças menores de 7 anos, e a vacina acelular (dTpa), destinada a gestantes e profissionais de saúde que atendem recém-nascidos. A Secretaria Municipal da Saúde reforça a importância de manter a vacinação em dia, especialmente devido ao aumento dos casos e à queda na cobertura vacinal durante a pandemia de Covid-19.
A pandemia também contribuiu para a subnotificação de doenças, uma vez que o acesso ao sistema de saúde foi restringido. Em 2020, 2021, 2022 e 2023, os registros anuais de coqueluche não ultrapassaram 12 casos, mas esse número subiu drasticamente em 2024. A infectologista Juliana Oliveira da Silva, do Centro de Vacinação do HCor, afirma que a maioria dos casos recentes está relacionada à ausência ou incompletude do esquema vacinal.
A Secretaria Municipal da Saúde está monitorando constantemente o cenário internacional e local de casos de coqueluche. Alertas foram emitidos e capacitações realizadas para garantir a notificação imediata, atendimento e tratamento adequados. Além da vacinação, medidas preventivas como cobrir a boca ao tossir, higiene das mãos e uso de máscaras por doentes são recomendadas.
O tratamento para a coqueluche é feito com antibióticos, disponíveis nos serviços de saúde. Apesar do aumento dos casos, não houve registros de óbitos.