Alta nos preços dos combustíveis eleva inflação além do previsto
A inflação em julho subiu mais do que o esperado, principalmente devido ao aumento nos preços da gasolina e das passagens aéreas. Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve um aumento de 0,38% no mês, elevando a inflação dos últimos 12 meses para 4,50%, atingindo o limite da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O principal vilão da alta inflacionária foi o grupo Transportes, que registrou um incremento de 1,82%, contribuindo com 0,37 ponto percentual para o índice geral. A gasolina, um dos componentes mais impactantes, teve um aumento significativo de 3,15%, exercendo um impacto de 0,16 ponto percentual no IPCA de julho. Além disso, as passagens aéreas subiram expressivos 19,39% no mês, acrescentando 0,11 ponto percentual ao índice.
Este resultado representa uma aceleração em comparação ao mês anterior, quando o IPCA de junho apresentou uma alta de 0,21%. Em julho de 2023, por exemplo, os preços haviam subido apenas 0,12%, evidenciando a pressão inflacionária atual. No acumulado do ano, a alta dos preços já alcança 2,87%.
Dos nove principais grupos que compõem o IPCA, sete registraram aumentos em julho, destacando-se, além dos Transportes, o grupo Habitação, com uma elevação de 0,77%, responsável por 0,12 ponto percentual do índice geral.
Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas apresentou uma deflação de 1%, contribuindo negativamente com 0,22 ponto percentual para o índice. Segundo o IBGE, essa queda foi influenciada pela melhora na oferta de alimentos in natura, impulsionada pelas safras de inverno. Esta foi a primeira redução significativa do grupo em nove meses, após um período de forte alta acumulada.
A alta nos preços da gasolina está diretamente relacionada ao reajuste anunciado pela Petrobras no início de julho, que elevou o preço do litro do combustível em R$0,20, chegando a R$3,01 para as distribuidoras. Este foi o primeiro aumento desde outubro de 2023, quando a estatal havia reduzido o preço do combustível. Desde maio de 2023, a Petrobras adotou uma nova política de preços, desvinculando os reajustes da paridade internacional, o que pode ter contribuído para o aumento recente.
Apesar da alta nos preços dos combustíveis, os valores finais nas bombas para o consumidor são influenciados por diversos fatores, incluindo impostos e margens de lucro de distribuidores e revendedores. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor médio da gasolina nas bombas já ultrapassa os R$6, refletindo os impactos do reajuste.