Prefeito de Nova Odessa, no interior de SP, enfrenta acusação de estupro
prefeito de Nova Odessa, no interior paulista, Cláudio José Schooder, o popular Leitinho, está “azedo” com a repercussão nacional sobre o processo de estupro que enfrenta no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.
A acusação partiu de uma ex-namorada do prefeito, uma empresária lobista do Congresso Nacional, em Brasília, a qual vamos manter o nome dela no anonimato para evitar mais constrangimentos à vitima.
Segundo a denúncia, a violência sexual cometida pelo prefeito Leitinho, aconteceu em um apartamento de hotel em Campinas, interior de São Paulo, após decisão da vítima de romper o relacionamento que mantinham há cerca de seis meses.
Apesar de o estupro ter ocorrido no estado de São Paulo, a grave denúncia foi registrada na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher e no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, porque é a localidade onde a vítima mantém residência fixa para atender ao chamado da justiça no decorrer da instrução processual, e por sua segurança, já que também registrou queixa por perseguição e ameaça, contra o prefeito de Nova Odessa.
Para “azedar ainda mais o leite” do prefeito Cláudio Schooder, no último dia 22 de agosto, o advogado Cauê Costa Hueso, do Escritório Hueso Advogados Associados, acompanhou uma nova testemunha à Delegacia da Mulher, em Campinas, que entregou mais provas do caso às autoridades policiais. De acordo com o advogado, a testemunha formalizou a entrega das provas às autoridades policiais, para garantir sua segurança contra possíveis represálias e evitar notícias distorcidas de sua imagem, ante os prints e áudios de conversas suas que estavam vazando por terceiros.
Registros de conversas no WhatsApp, contendo áudios e textos de assessores, do prefeito e da empresária violentada, foram entregues e serão juntados ao processo, que corre em segredo de justiça.
Por ser uma empresária com atuação no ramo de consultoria política e ter conhecimento sobre a influência de políticos junto às autoridades, a vítima optou por evitar mais constrangimentos no estado de São Paulo, e decidiu registrar a queixa junto às autoridades do Distrito Federal, onde reside e trabalha.
O prefeito Cláudio José Schooder está em seu primeiro mandato na prefeitura municipal de Nova Odessa, cidade com cerca de 61 mil habitantes e pouco mais de 45 mil eleitores, e concorre à reeleição pelo PSD, partido do secretário de Governo e Relações Institucionais do estado de São Paulo, Gilberto Kassab.
No entanto, o fato de estar concorrendo a uma reeleição pelo partido presidido por um dos mais fortes e estratégicos secretários do governo de São Paulo, o prefeito Leitinho não conta com o apoio do governador Tarcísio de Freitas nem de Gilberto Kassab, para sua nova empreitada eleitoral, muito menos para ajudá-lo em processos criminais ou de qualquer natureza, visto que Tarcísio e Kassab demonstram ser homens públicos de princípios, que respeitam a independência dos poderes constituídos e não toleram qualquer desvio de conduto entre seus aliados, especialmente no que se refere a desmandos administrativos ou crimes contra pessoas.
Curiosamente, alguns meses após o ocorrido, o prefeito inaugurou a “Sala Lilás” na Delegacia de Nova Odessa, local voltado para o atendimento “humanizado” de mulheres e crianças, vítimas de violência. “Sabemos que muitas mulheres são vítimas de violência, mas não registram a ocorrência, por causa do medo que têm de os maridos se vingarem delas”, frisou.
Nesta ocasião, especificamente, o prefeito perdeu uma grande oportunidade de falar que também existem mulheres que denunciam e contam com o apoio da justiça, para evitar perseguições e ameaças, como no caso em que ele conhece bem.
Alguns dias depois, Leitinho conseguiu a publicação de uma ampla reportagem no site oficial do Partido Social Democrático, em 23 de setembro de 2022, onde ele aparece reunido com seu secretário-adjunto de Governo, o ex-delegado Antônio Piva, no gabinete do diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter-9), Kleber Altale, para tratar da elaboração de um estudo sobre a possibilidade da instalação de uma Delegacia da Mulher na Cidade.
O prefeito também aproveitou a ocasião, para informar que estava em andamento a criação da Patrulha Maria da Penha, mais uma ação populista para reforçar o combate à violência contra às mulheres na cidade de Nova Odessa.
Para disputar à reeleição com o peso de uma acusação tão grave, por uma mulher influente na política em Brasília, o prefeito Leitinho, fez absoluta questão de destacar em seu novo plano de governo inúmeras ações específicas, visando atenuar o impacto do escândalo nas eleições de 2024, como: Ampliação das campanhas de violência contra a mulher; Ampliação do Centro de Referência e a Casa Abrigo para Mulheres Vítimas de Violência; Desenvolvimento de programas para a reestruturação da vida das mulheres que sofreram violência doméstica; O fortalecimento de programas contra todas as formas de violência e situações de vulnerabilidades e a ampliação de campanhas informativas sobre sexualidade.
Procurado através da sua assessoria, que por sinal, nos enviou, e depois deletou, links de publicações favoráveis à defesa do acusado, para tentar influenciar na produção desta reportagem, o prefeito Leitinho, através dos seus advogados, apenas nos enviou uma nota curta: “O Caso está sob sigilo e o Prefeito só se manifesta dentro do procedimento”.
O núcleo de jornalistas investigativos do Consórcio Nacional dos Jornalistas Independentes, que produz matérias especiais para o Portal QUEM QUER FAMA – Jornalistas Associados, irão acompanhar o caso até o desfecho final.
Os profissionais veteranos independentes da imprensa nacional, também irão apurar o caso do estranho encerramento da Comissão Processante da Câmara Municipal, a qual tentou instaurar procedimento investigativo para processar e cassar o prefeito, mas a justiça determinou a suspensão da Comissão Processante, que investigava o destino de R$ 550 mil enviados à Associação de Assistência e Equoterapia do Município de Americana, supostamente de forma irregular, em 2022.
Segundo os vereadores, os repasses teriam sido feitos pela prefeitura de Nova Odessa, para um CNPJ, diferente do que teria sido indicado nas emendas parlamentares.