Zelensky diz duvidar do “real interesse” do acordo de paz com a Rússia proposto pelo Brasil e pela China
Nesta quarta-feira (25), durante a 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, lançou diversas críticas ao papel do Brasil e da China nas negociações de paz entre Ucrânia e Rússia.
Durante seu discurso, Zelensky expressou dúvidas quanto ao “real interesse” do Brasil e da China em mediar o diálogo entre Kiev e Moscou, alegando que propostas alternativas podem favorecer a continuidade do conflito entre as potências.
“Quando alguns propõem alternativas, planos de acordo pouco entusiasmados, isso não apenas ignora os interesses e o sofrimento dos ucranianos…não apenas ignora a realidade, mas também dá (ao presidente russo Vladimir) Putin o espaço político para continuar a guerra”, afirmou Zelensky.
Desde o início de seu mandato, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem manifestado interesse em mediar as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, inclusive propondo um plano específico para tal fim. Posteriormente, o presidente chinês Xi Jinping também demonstrou intenção semelhante e chegou a discutir uma proposta com Zelensky em abril deste ano.
Entretanto, Zelensky permanece firme em sua postura de não negociar enquanto Vladimir Putin estiver no poder e exige um cessar-fogo imediato. Durante uma reunião em maio com o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência do Brasil, Celso Amorim, Zelensky reiterou que qualquer plano de paz viável deve ser liderado pela Ucrânia.
Em junho, Lula acusou tanto Zelensky quanto Putin de estarem “gostando da guerra” e solicitou um plano de paz mais concreto. Em resposta, Zelensky criticou o Brasil por priorizar suas alianças com a Rússia no contexto dos BRICS, algo que Lula negou veementemente ao afirmar: “Não tenho lado, meu lado é o da paz”.
Além das críticas à mediação internacional, o presidente ucraniano também acusou veementemente a Rússia de planejar ataques coordenados contra usinas nucleares ucranianas, aumentando ainda mais a preocupação global sobre a segurança nuclear na região.