Servidora pública é presa após usar dados de pais de estudantes para realizar apostas online
Nesta quinta-feira (10), a Polícia Civil do Tocantins efetuou a prisão de uma funcionária pública de 26 anos, vinculada a uma escola no município de Presidente Kennedy, sob a acusação de envolvimento em mais de 20 atos de estelionato. A operação, denominada Apate, revelou que a suspeita utilizava informações pessoais dos pais dos alunos para abrir contas digitais fraudulentas e contrair empréstimos em nome das vítimas.
A investigação ainda apurou que a acusada também se aproveitava dos dados de seus colegas de trabalho. O caso veio à tona quando uma das vítimas procurou a delegacia para relatar cobranças indevidas de um empréstimo de R$ 15 mil, feito sem seu consentimento. Ao todo, o montante desviado das 20 vítimas identificadas ultrapassa R$ 100 mil.
Conforme detalhou o delegado Anderson Alves, responsável pela condução do inquérito, a servidora usava sua posição na unidade escolar para convencer os pais da necessidade de atualização cadastral dos alunos. Nesse processo, ela solicitava selfies e documentos pessoais, que os pais confiavam serem para fins legítimos devido ao cargo que ocupava.
“A mulher de 26 anos era servidora pública contratada e estava lotada em uma unidade escolar do município de Presidente Kennedy, onde, após dizer para os pais dos alunos que eles precisavam atualizar os cadastros dos filhos, solicitava selfies e documentos pessoais das vítimas que repassavam por acreditar ser verdade, já que a autora é servidora do município”, relatou o delegado.
A investigada confessou que os valores obtidos ilicitamente eram destinados a apostas em plataformas digitais, como apostas esportivas e cassinos online, além de participações em jogos de roleta russa virtuais. Em decorrência das perdas acumuladas nesses jogos, ela acabou desfazendo-se tanto de seu veículo quanto de sua residência. Atualmente, encontra-se detida na Unidade Penal Feminina.
O delegado destacou ainda que a autora do crime recorria até mesmo a visitas domiciliares às vítimas para coletar selfies utilizando o celular da própria instituição escolar, com o objetivo de conferir autenticidade às suas ações fraudulentas e assim enganar as pessoas envolvidas.