Brasileira julgada na Indonésia tenta escapar de pena de morte
Nesta terça-feira (04), começa o julgamento de Manuela Vitória de Araújo Farias. Ela está presa na Indonésia, após ser flagrada entrando com cocaína no país.
A brasileira Manuela Vitória de Araújo Farias foi interrogada pelo tribunal da Indonésia e o Ministério Público do país sugeriu pena de 12 anos de prisão. Ela está sendo julgada por entrar com cocaína no país, o que, pela lei, pode resultar em prisão perpétua ou pena de morte.
“Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa”, descreve o artigo.
Segundo o advogado Davi Lira da Silva, Manuela respondeu aos questionamentos e a expectativa é de que a posição do MP defina um encarceramento sem risco de morte.
Manuela foi presa no dia 31 de dezembro de 2022, ao desembarcar no país, no aeroporto de Bali, um dos maiores do país asiático. Ela foi pega com cerca de 3 quilos da droga.
Manuela foi presa no dia 31 de dezembro de 2022, ao desembarcar no aeroporto de Bali, um dos maiores do país asiático. Ela foi pega com cerca de 3 quilos da droga.
A situação de Manuela, porém, só foi divulgada no final de janeiro. No dia 27 de janeiro daquele mês, ela foi indiciada por tráfico de drogas. Em caso de condenação, pode pegar prisão perpétua ou até mesmo pena de morte, conforme as leis do país.
A situação de Manuela, porém, só foi divulgada no final de janeiro. Ela foi indiciada por tráfico de drogas. Em caso de condenação, pode pegar prisão perpétua ou até mesmo pena de morte, conforme as leis do país.
No final de março, o julgamento foi marcado para esta terça-feira. O advogado de Manuela garante que a jovem não sabia que estava transportando drogas. Ela está presa preventivamente em uma delegacia de Bali.
No final de março, o julgamento foi marcado para começar em 4 de abril. O advogado garante que a jovem não sabia que estava transportando drogas. Ela está presa preventivamente em uma delegacia de Bali.
O advogado diz que Manuela foi enganada por uma organização criminosa, que lhe prometeu férias na Indonésia, além de aulas de surfe de graça. Ela embarcou em Florianópolis. O advogado diz que ela é “mula”, ou seja, levou drogas sem saber. A defesa reforça que ela foi coagida a levar as drogas.
“A Manuela não é uma narcotraficante, ela não ostenta padrão de vida elevado, é mais uma vítima de organização criminosa. A família tenta fazer uma campanha, para levantar dinheiro para pagar um advogado especialista na Indonésia.”, comentou o advogado.
“A família está desesperada, mas tem esperança que ela não pegue pena capital, que seja demonstrado que ela foi usada pela organização criminosa”, acrescentou o profissional que defende Manuela.
“A família está desesperada, mas tem esperança que ela não pegue pena capital, que seja demonstrado que ela foi usada pela organização criminosa”, acrescentou o profissional que defende Manuela.
“Ela foi aliciada por uma organização criminosa de Santa Catarina. De início, foi convidada a levar algo para a Indonésia. Perguntaram se ela tinha passaporte e perguntaram ‘não quer levar um negócio para mim’? Prometeram um mês de férias na Indonésia, não falaram o conteúdo do que ela ia levar”, disse.
“Pensou em desistir, mas as pessoas forçaram. ‘Não pode não ir, a gente já gastou R$ 16 mil, R$ 20 mil, agora tem que ir ou então tem que devolver o dinheiro para a gente’. Foi constrangida a viajar”, concluiu Silva.
“Pensou em desistir, mas as pessoas forçaram. ‘Não pode não ir, a gente já gastou R$ 16 mil, R$ 20 mil, agora tem que ir ou então tem que devolver o dinheiro para a gente’. Foi constrangida a viajar”, concluiu Silva.
Manuela tem 19 anos e trabalha como autônoma, vendendo lingerie e perfumes. Ela se divide entre Santa Catarina, onde mora a mãe dela, e o Pará, onde o pai reside.
Manuela tem 19 anos e trabalha como autônoma, vendendo lingerie e perfumes. Ela se divide entre Santa Catarina, onde mora a mãe dela, e o Pará, onde o pai reside.
Manuela conseguiu contato com a família através da Embaixada brasileira, além de outro profissional, que a acompanha na Indonésia. O Brasil tem histórico de pedir que pessoas na situação de Manuela voltem para o país, mas os indonésios são muito rígidos com isso.
Para eles, é expressamente proibido usar ou portar drogas. Você é o responsável pelo que carrega, segundo o governo local. Caso seja coagido, tem que procurar a Polícia e jamais deixem que mexam nas suas coisas.
Para eles, é expressamente proibido usar ou portar drogas. Você é o responsável pelo que carrega, segundo o governo local. Caso seja coagido, tem que procurar a Polícia e jamais deixem que mexam nas suas coisas.
Um dia após a prisão de Manuela, a Indonésia prendeu outro brasileiro, identificado como G.P.S. Ele saiu do Rio de Janeiro e foi pego na cidade de Jacarta, capital do país. O homem entrou na Ásia com 2,3 litros de cocaína líquida armazenados em seis frascos de produtos de higiene.
Na Indonésia, as leis são muito rigorosas e podem levar um traficante à morte. Alguns brasileiros já foram executados no país por conta disso.
As autoridades desconfiaram do comportamento do jovem, que parecia inquieto. Num primeiro momento, os testes deram negativo, mas depois foi constatado que ele levava drogas. Ele afirmou que sabia que levava cocaína, sendo contratado por uma quadrilha internacional.
Em julho de 2022, o estudante de medicina Alberto Sampaio Gressler, então com 25 anos, foi preso na Indonésia, com 2,8 quilos de maconha. Ele, porém, conseguiu a liberação após provar que usava a droga para fins medicinais. Ele sofre de ansiedade, depressão e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade.