Bailarina russa é condenada a 12 anos de prisão após doar R$ 283 a ONG ucraniana
A bailarina russa Ksenia Karelina, foi condenada a 12 anos de prisão por ter realizado uma doação no valor de US$ 51,80 (equivalente a R$ 283) a uma ONG que fornece ajuda a vítimas da guerra na Ucrânia. Karelina foi acusada do crime de alta traição pelo Serviço Federal de Segurança (FSB).
Segundo a justiça russa, Karelina tinha “transferido fundos no interesse de uma organização ucraniana, que foram posteriormente usados para a compra de itens de medicina tática, equipamentos e munição pelas Forças Armadas da Ucrânia”.
Ksenia declarou-se culpada pelo crime no dia 8 de agosto, em um julgamento fechado que ocorreu em Ecaterimburgo, nos Urais. O tribunal foi o mesmo que em julho condenou o repórter do Wall Street Journal, Evan Gershkovich, por espionagem.
De acordo com o advogado da russa, Mikhail Mushailov, a bailarina transferiu dinheiro para a Razom for Ukraine porque acreditava que o valor ajudaria as vítimas de ambos os lados. À mídia russa, Mikhail informou que apelaria contra a sentença.
Em entrevista à CBS News, o namorado da bailarina, o boxeador Chris van Heerden, afirmou estar indignado com a condenação.
“Houve uma troca de prisioneiros há duas semanas, e Ksenia não estava nessa lista. Ksenia deveria estar em casa, e estou com raiva e tentando manter a compostura”, afirmou Heerden.
Nascida na Rússia, mas com cidadania norte-americana, Karelina morava na cidade de Los Angeles, onde trabalhava em um spa.
Ksenia doou a quantia para a Razom for Ukraine, uma organização que fornece ajuda e apoio humanitário para idosos e crianças na Ucrânia.