Banco digital em SP é alvo de operação por suposta ligação com PCC
Uma investigação em São Paulo trouxe à tona uma possível conexão entre um banco digital e um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. A 4TBank, que operava sem autorização do Banco Central, está no centro das atenções, suspeita de movimentar mais de R$ 8 bilhões em operações ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
A Polícia Civil de São Paulo, através da Operação Decurio, prendeu 13 pessoas envolvidas, incluindo João Gabriel de Mello Yamawaki, apontado como o verdadeiro operador da 4TBank. Apesar de o banco digital ter Matie Obam, sua enteada, como proprietária oficial, as investigações sugerem que Yamawaki era quem realmente controlava a instituição.
O 4TBank, localizado em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, foi identificado como uma peça central na lavagem de dinheiro para o tráfico de drogas. A operação policial que culminou nessas prisões começou com uma apreensão de drogas em uma cidade vizinha em 2023, onde 28 quilos de maconha e oito quilos de cocaína foram encontrados. Essa apreensão levou a polícia a Fabiana Manzini, que seria responsável por transmitir ordens de integrantes presos do PCC para aqueles em liberdade.
A investigação se aprofundou quando a polícia encontrou conversas no celular de Anderson Manzini, primo de Yamawaki e integrante do PCC, indicando que o banco digital estava envolvido na compra de drogas no Paraguai. Com o auxílio de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a Polícia Civil identificou movimentações de bilhões de reais em várias contas, incluindo depósitos em notas de R$20 que, segundo os relatórios, exalavam forte cheiro de maconha.
Apesar das acusações, os advogados da 4TBank afirmam que a empresa está em processo de regularização junto ao Banco Central e negam qualquer envolvimento com atividades criminosas. A advogada de Fabiana Manzini também declarou que sua cliente foi absolvida do processo.