Band-aid cardíaco impresso em 3D pode reparar tecidos do coração

Band-aid cardíaco impresso em 3D pode reparar tecidos do coração

A busca por biomateriais para reparar órgãos humanos oferece um grande desafio: os tecidos originais geralmente são fortes e elásticos, e variam em formato e tamanho. Por isso, criar uma solução personalizada para cada paciente não é simples. Mas uma equipe liderada pela Universidade do Colorado, nos EUA, parece ter dado o primeiro passo em direção a isso.

Os pesquisadores criaram uma nova técnica capaz de imprimir material em 3D que é, ao mesmo tempo, elástico o suficiente para suportar as batidas de um coração e facilmente moldável para se ajustar a cada paciente. O novo “band-aid” ainda adere facilmente a tecidos “úmidos” – o que pode ajudar na tarefa de reparar tecidos humanos de forma menos invasiva.

A descoberta aparece em um artigo publicado esta semana na revista Science. Segundo os autores, a pesquisa pode abrir caminho para uma nova geração de biomateriais, desde bandagens internas que administram medicamentos diretamente no coração até adesivos de cartilagem e suturas sem agulha.

“Tecidos cardíacos e cartilaginosos têm capacidade de reparação muito limitada. Quando danificados, não há como voltar atrás”, explica Jason Burdick, um dos autores do projeto, em comunicado à imprensa. “Ao desenvolver materiais novos e mais resistentes para melhorar esse processo de reparo, podemos causar um grande impacto na recuperação dos pacientes”.

Uma técnica de impressão inspirada em vermes

Historicamente, dispositivos biomédicos são fabricados via moldagem ou fundição, técnicas que funcionam bem para produção em massa de implantes idênticos, mas não são tão práticas quando se trata de personalizar a solução para pacientes específicos. Com a impressão 3D, porém, um mundo de novas possibilidades se abriu para as aplicações médicas.

Ao contrário das impressoras comuns, que simplesmente colocam tinta no papel, as impressoras 3D depositam camada após camada de plástico, metal ou até mesmo células vivas para criar objetos multidimensionais. O hidrogel, utilizado na produção de lentes de contato, tem sido uma das bases preferidas para a fabricação de tecidos, órgãos e implantes artificiais.

Geraldo Naves

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