Boto cor-de-rosa: o que é verdade e o que é lenda sobre o animal amazônico
Ícone do folclore brasileiro, o boto cor-de-rosa é a maior espécie de golfinho fluvial do mundo, não nasce rosa e está ameaçado de extinção. Saiba o que é verdade (e o que é lenda) sobre o bicho
A lenda do boto-cor-de-rosa é uma das histórias mais famosas do folclore brasileiro. Segundo o mito, o boto sai à noite dos rios da Amazônia e se transforma em um homem bonito e galanteador. Ele usa roupas brancas e um chapéu para esconder os vestígios de sua transformação – o buraco das narinas, tradicional da espécie, ainda está em sua cabeça.
O boto frequenta festas das populações que moram ao redor dos rios e, com um charme atraente e um papo conquistador, acaba atraindo a atenção de muitas mulheres. Seduzidas pela figura charmosa, essas mulheres se deixam levar pelo papinho do boto disfarçado – que sempre vai atrás da moça mais bonita da festa. O boto engravida a mulher e vai embora sem mais nem menos, para nunca mais ser visto.
A lenda, um pedaço do folclore tradicional da região amazônica que se espalhou para o resto do país, obviamente, não é verdade — ainda que muitos antigos possam dizer o contrário. A história é uma forma de “explicar” casos de crianças que crescem sem saber quem são seus pais e mulheres que acabam largadas depois de engravidarem.
A história já fez parte de tramas famosas da TV. Na novela “A Força do Querer” (2017), por exemplo, a personagem Rita é filha de Edinalva com o Boto – até na certidão de nascimento dela tem o nome da mãe e do boto, o que também acontece na vida real.
O boto na certidão de nascimento da Ritinha meu Deus kkkkkkkkkk#AForçaDoQuerer pic.twitter.com/6PnFfrsFBr
— luiz edu de johto (@luizedubandeira) October 16, 2020