Distritais cobram investigação de denúncia envolvendo assessor de Daniel Donizet

Distritais cobram investigação de denúncia envolvendo assessor de Daniel Donizet

Procuradoria Especial da Mulher da Câmara Legislativa oficiou a Polícia Civil para ter acesso à denúncias que envolvem Daniel Donizet e assessor em episódio de violência sexual com garota de programa

“Tomamos conhecimento do caso pela imprensa e já solicitei, a partir da Procuradoria da Mulher da Câmara Legislativa do Distrito Federal, informações junto à Polícia Civil do DF. Tão logo tenhamos essas informações, serão encaminhadas à Presidência da Casa para providências cabíveis”, anunciou em nota Doutora Jane.

A denúncia apresentada pela TV Globo, na quinta-feira, e confirmada pelo Correio pelo boletim de ocorrência, detalha que em 22 de março, o assessor Marco Barbosa e o deputado Daniel Donizete, além de um outro homem não identificado, levaram três garotas de programa para um motel no Núcleo Bandeirante. Barbosa, segundo a denúncia apresentada, teria agredido uma das moças, batendo no rosto dela, com tapas e socos. Em certo momento, ainda segundo o relato, ele teria a enforcado, a segurado forte pelos braços e a forçado a fazer sexo sem camisinha contra a vontade da mesma.

A mulher conta que Daniel Donizet e os demais partícipes teriam presenciado toda a agressão, mas que negaram socorro. A garota diz ainda que, como não houve reação do parlamentar em seu favor e sabendo que se tratava de uma autoridade, ela e as demais meninas se sentiram acuadas e não chamaram a polícia no momento.

Reações

As denúncias produziram reações das parlamentares da Câmara Legislativa. A distrital Jaqueline Silva (MDB), em nota, pediu que o caso seja apurado. “Acredito que toda denúncia desta natureza deve ser tratada com o máximo cuidado possível. O primeiro passo a ser dado é no sentido de que a CLDF tenha ciência dos fatos em sua totalidade, para, então, dar os encaminhamentos necessários ao caso”, afirmou Jaqueline, que completa: “O combate à violência contra a mulher deve ser irrestrito.”

A solicitação partiu da procuradora da Mulher, deputada Doutora Jane (MDB).

“Independente do resultado das apurações e informações prestadas pela Polícia Civil sobre esse caso, a Procuradoria da Mulher da CLDF se manifesta pelo respeito à dignidade sexual, integridade física e moral das mulheres. Toda e qualquer conduta criminosa deve ser apurada com rigor e agilidade. A procuradoria acompanhará esse caso até a conclusão e se coloca à disposição de todas as mulheres para orientações e defesa de seus direitos e sua dignidade”, conclui Doutora Jane.

Defesa

O caso continua sob a investigação da Polícia Civil sob segredo de justiça, por se tratar de um episódio de violência contra a mulher. Sendo comprovado os crimes, a pena pode ir de 8 a 15 anos de cadeia, para estupro.

Por meio de sua assessoria, o deputado Daniel Donizet disse que não estava no local, como descrito pela vítima. Ele confirmou, ainda, que o assessor Marco Barbosa continua lotado em seu gabinete. Em um segundo momento, sobre o pedido da Procuradoria Especial da Mulher, a assessoria disse que “é padrão a Procuradoria pedir acesso ao processo. Inclusive, ótimo se conseguir, porque vão ver que a denúncia é totalmente infundada.”

A comunicação institucional da Câmara Legislativa reforçou a informação sobre o pedido da procuradoria e, sem mais detalhes, disse que “repudia veementemente qualquer ato de violência, principalmente quando direcionado às mulheres”.

As deputadas Paula Belmonte (Cidadania) e Dayse Amarílio (PSB) não foram encontradas para comentar o assunto.

Matéria do CorreioWeb – Pablo Giovanni – Suzano Almeida

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