Exposição na CLDF revela aplicações do cânhamo
A subespécie da planta Cannabis Sativa não contém psicoatividade
A Câmara Legislativa recebe a exposição Cânhamo: uma revolução agrícola não psicoativa, até o dia 23 de agosto. A mostra foi inaugurada nesta segunda-feira (5), no hall da entrada principal da Casa. Trata-se de uma iniciativa do deputado Max Maciel (Psol), com visita gratuita e aberta ao cidadão.
Foco da exibição, o cânhamo é uma subespécie da planta Cannabis Sativa que não contém psicoatividade. Destaca-se pela multifuncionalidade: pode gerar milhares de produtos diferentes, como medicamentos, instrumentos musicais, cosméticos, alimentos, roupas e acessórios.
“O cânhamo tem muita potência ecomômica, social, tecnológica, e de transformação para o nosso solo e para a vida das pessoas”, defendeu Maciel. “Esta planta se introduziu na nossa sociedade pelo ganho que trouxe a milhares de pacientes, algo que o uso convencional da indústria farmacêutica não resolveu”, apontou o parlamentar. Ele acrescenta que precisamos de pesquisa, estudo técnico e conhecimento para aproveitar as potencialidades da subespécie.
Curadora da exposição e diretora do Instituto InformaCann, Manuela Borges explica que a mostra busca educar, informar e combater notícias falsas. “A planta pode trazer uma série de benefícios para o planeta, como a absorção do gás carbônico”, comentou Borges. “A fibra ecológica do cânhamo substitui materiais poluentes”, completou. Por isso, é capaz de auxiliar no equilíbrio das mudanças climáticas ao estruturar indústrias mais limpas.
Uso medicinal
Em Brasília, o Instituto Agroecológico de Fitoterapia BioSer forma uma rede colaborativa integrada por profissionais da saúde, advogados, ativistas e pacientes medicinais com o propósito de facilitar o acesso à terapia canábica. Por meio da política social que conduzem, garantem o acesso ao tratamento a associados em situação de vulnearabilidade social. O diretor executivo do Instituto BioSer, Igor Avelline, conta que a associação sem fins lucrativos conta com cerca de 1200 associados em Brasília, “pacientes que precisam do medicamento para seguirem suas vidas com saúde, dignidade e respeito”.
Mercado em potencial
Também participou da inauguração o presidente da Associação Brasileira de Cannabis e do Cânhamo Industrial (ABCCI), Luís Maurício, baixista fundador do Natiruts. Ele relatou que os pacientes enfrentam dificuldades para ter acesso ao remédio.
Além disso, reforçou que “a planta poderia estar fazendo muito para a economia do país, gerando receita que seria revertida para saúde e educação”.
Neste sentido, o Conselho Federal de Química (CFQ) atua para trazer informação científica ao debate público sobre a planta. Conselheiro do CFQ, Ubiracir Lima esclarece que a instituição busca trazer mais subsídios para quem trabalha com aplicações da planta, de modo a firmar um mercado que já movimenta diversos produtos em outros países.
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Fato Novo com informações e imagens: Agência CLDF