Maior iceberg do mundo gira e se recusa a derreter no oceano
Segundo os especialistas, o gigante bloco de gelo pode permanecer preso durante anos na região graças ao raro fenômeno das Colunas de Taylor
Com uma área de cerca de 3.600 km², o equivalente a duas cidades de São Paulo ou três vezes o Rio de Janeiro, o A23a é considerado o maior iceberg do mundo. Desde 2020, a formação começou a migrar em direção a águas mais quentes, mas, curiosamente, em abril deste ano, fixou-se em um ponto do Oceano Antártico. Ele está preso em uma “Coluna de Taylor”, um fenômeno marinho raro (falaremos dele mais adiante).
Segundo os especialistas, pode demorar anos até que o iceberg se solte – o que, inevitavelmente, levará à sua “morte” pelo derretimento. “Icebergs são transitórios, eles se fragmentam e derretem. Mas não este”, observou o especialista polar Mark Brandon, à BBC. “O A23a simplesmente se recusa a morrer”.
Antes de se soltar em 1986, a região do iceberg hospedou uma estação de pesquisa soviética. Fora da costa da Antártida, quase imediatamente ficou preso na lama do fundo do Mar de Weddell.
Por três décadas, foi uma “ilha de gelo” estática, não se mexendo durante este período. Foi somente em 2020 que ela voltou a flutuar e começou a derivar novamente, em direção ao norte, de ar e águas mais quentes.
No início de abril de 2024, o A23a entrou na Corrente Circumpolar Antártica (ACC), um gigante fluxo que movimenta cem vezes mais água ao redor do globo do que todos os rios da Terra juntos. Normalmente, isso teria feito com que o iceberg fosse lançando ao Atlântico Sul, mas não foi o que aconteceu.