O texto explica que “as implicações para a saúde causadas pela destruição das infraestruturas de cuidados de saúde; a grave escassez de alimentos, água e abrigos; a incapacidade da população de fugir para locais seguros; entre outros fatores”, produzem um número muito maior de mortes de civis que não estão sendo contabilizadas.
Massacre israelense em Gaza supera marca de 39 mil mortes oficiais registradas
Estudo indica que vítimas indiretas das ações de Israel podem ser quatro vezes mais
O massacre cometido por Israel na Faixa de Gaza, iniciado há exatos 290 dias, superou nesta segunda-feira (22/07) a marca de 39 mil vítimas fatais.
O Ministério da Saúde de Gaza registrou 23 novas mortes de civis nas últimas 24 horas, causadas pelos bombardeios e ataques terrestres promovidos pelas forças militares israelenses contra o território palestino.
As autoridades locais também informam que o número oficial de feridos em meio a essas ações militares é de 89,8 mil.
Segundo a Crescente Vermelha (entidade similar à Cruz Vermelha que atua em países muçulmanos), a maior parte dos ataques com vítimas fatais registrados nos últimos dias na Faixa de Gaza foram realizados em zonas que o próprio exército israelense indica como supostas “zonas seguras” para os refugiados, mas que depois são bombardeadas por esses mesmos militares israelenses.
Para sustentar essa crítica, os representantes da Crescente Vermelha mencionam o caso do campo de refugiados de Khan Younis, que sofreu um ataque onde 39 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas.
A entidade também considera que o número de vítimas fatais das ações de Israel em Gaza pode ser muito maior, considerando as pessoas que podem estar soterradas pelos escombros e também as chamadas “vítimas indiretas”.
As “vítimas indiretas” são aquelas que morrem não por consequência direta dos bombardeios e ataques terrestres, que são as contabilizadas pelo Ministério da Saúde, mas sim aquelas que sucumbem à falta de acesso à água, alimentos e itens de primeira necessidade que não chegam à zona devido às restrições impostas por decisões políticas do governo sionista israelense.
Um artigo publicado recentemente pela renomada revista científica The Lancet, com o título “Counting the dead in Gaza: difficult but essential” (“Contagem dos mortos em Gaza: difícil mas essencial”), traz um estudo no qual a estimativa das mortes indiretas causadas pelo conflito, “em uma projeção conservadora”, pode ser de até 186 mil.