Mineiro desaparecido em Jericoacoara: cartomante foi agredido e se escondeu no banheiro de pousada após denunciar bar
A família contou para a reportagem de Itatiaia que Otto Lúcio pediu ajuda após denunciar bar por racismo e homofobia
O cartomante Otto Lucio Pessoa Aguilar, de 41 anos, passava uma temporada em Jericoacoara, a 283 quilômetros de Fortaleza, no estado do Ceará, quando pediu socorro para a família e desapareceu. A última notícia que se tem dele foi em 17 de setembro de 2022.
“Otto é uma pessoa muito conhecida. Ele já morou fora e em várias cidades turísticas e estava passando um tempo em Jericoacoara, jogando tarô e vivendo a vida”, disse a prima de Otto, Aline de Paula Vieira Santos.
Postagem nas redes sociais
No dia 16 de setembro, Otto fez uma postagem na rede social denunciando um episódio de racismo e homofobia que sofreu em um bar. “Estava fazendo meu trabalho, me divertindo e bebendo a convite dos meus clientes, quando um suposto ‘gerente’ se incomodou (…) eu não aceitei deixar o local. Os amigos na mesa confirmaram que eu não tinha feio nada errado e que estavam de boa comigo”, escreveu.
Ele conta que o casal já até havia feito o pagamento pela leitura das cartas. “Não satisfeito com o que as pessoas já haviam dito, ele chamou a polícia. Eu, como não sou bandido, e não tenho medo de polícia, expliquei as autoridades o que houve e continuei na mesa até terminar minha cerveja”, disse.
“Venho aqui dizer aos meus seguidores, amigos e clientes que racistas não passarão e que homofóbicos não passarão. (…) Nunca mais ponha os pés neste boteco fascista até que venha uma retratação”, finalizou.
O dono da pousada confirmou a versão e disse que o cartomante estava muito ferido e que havia saído do estabelecimento pela manhã. Depois disso, há indícios de que ele teria passado por uma padaria e, em seguida, em unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para fazer curativos. “Depois disso, não tivemos mais notícias”, contou a prima.
“Chegaram alguns boatos de que moradores viram um turista apanhando muito no dia 18, na saída da cidade”, relatou a prima. Mas nada foi confirmado. A prima fala sobre angústia da família perante a falta de informações pela polícia do Ceará. “O que houve com o Otto? Precisamos de notícias”, finalizou.
O que diz a polícia
A reportagem da Itatiaia solicitou entrevista com o delegado a frente do caso, mas a corporação se manifestou por meio de nota dizendo que a Delegacia Municipal de Jijoca de Jericoacoara segue em diligências. “Oitivas e diligências prosseguem com o intuito de localizar o homem”, disse.