O que se sabe sobre a morte de jornalista encontrado sete anos depois em geladeira em Sergipe
Uma mulher foi presa em flagrante, acusada de ocultação de cadáver e maus-tratos
O corpo de um homem em avançado estágio de decomposição foi encontrado em uma mala dentro de uma geladeira enquanto um oficial de Justiça e um auxiliar de mudanças cumpriam uma ordem de despejo em um apartamento em Aracaju nesta quarta-feira. O homem foi identificado como o jornalista Celso Adão Portella, que teria hoje 80 anos. Uma mulher de 37 anos, que se identificou como auxiliar de enfermagem, foi presa em flagrante.
Quando o oficial de Justiça e o auxiliar de mudanças chegaram ao apartamento, a mulher foi encontrada desacordada e sangrando. Aparentemente, ela teria cortado os pulsos. Vizinhos disseram que a auxiliar de enfermagem teria tentado se matar após saber que seria despejada. Ela foi atendida por uma viatura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Sua filha de 4 anos, que morava com ela, estava sem ferimentos, mas foi encaminhada para o Conselho Tutelar e ficará com um membro da família. Segundo a Polícia Civil, a criança vivia em situação de maus-tratos.
Na delegacia, a mulher confessou que tinha guardado o corpo de Portella na geladeira. “A mulher confessou que havia guardado o corpo daquele senhor dentro da geladeira. Ela fala que não matou a vítima e que teria saído para trabalhar e encontrado o homem morto. Por medo, ela guardou o corpo na geladeira. Ela disse que o fato teria ocorrido em 2016”, destacou a delegada Roberta Fortes em nota da Polícia Civil. A auxiliar de enfermagem foi presa em flagrante por ocultação de cadáver e maus-tratos.
No momento, a causa da morte de Portella é investigada. Se houver indícios de morte por causa violenta, a mulher pode ser responsabilizada.
Os vizinhos relataram que sentiam mau cheiro devido ao acúmulo de lixo no local, mas não o cheiro do cadáver.
Segundo a GZH, a mulher teria ligado para a família de Portella e avisado que ele estava morto. Agora, os parentes aguardam contato da Polícia Civil para ir ao Nordeste e buscar o corpo para fazer o sepultamento. No entanto, as autoridades dizem que o corpo ainda não foi identificado oficialmente.
A Associação Riograndense de Imprensa (ARI) divulgou uma nota de pesar lamentando a morte de Portella. “A direção e Conselho Deliberativo da ARI se solidarizam com os familiares de Portella, ao mesmo tempo que pede celeridade na investigação, e a pronta responsabilização dos responsáveis pelos crimes”, diz o comunicado.
Portella nasceu no Rio Grande do Sul e era formado em Direito e Jornalismo. Ele trabalhou entre as décadas de 1970 e 1980 nas rádios Farroupilha e Gaúcha. Em 2001, o radialista deixou o estado após o falecimento de sua mãe, e se mudou para o Espírito Santo, quando perdeu contato com os parentes.
Fonte: Extra