Operação Onda de Choque: PCDF e Interpol prendem em Lisboa dois membros de facção criminosa tcheca
A Polícia Civil do Distrito Federal—PCDF, por intermédio do trabalho de investigação da equipe da 9ª DP, realizou, na manhã desta sexta-feira (2), com apoio operacional da Interpol, o cumprimento a dois mandados de prisão preventiva, com difusão vermelha, na cidade de Lisboa— Portugal.
Na ação, os agentes cumpriram novas ordens judiciais de bloqueio de contas bancárias e criptoativos. A Justiça ainda determinou à Anatel a implementação de obstáculos tecnológicos que impeçam o acesso a websites dos criminosos a partir do território nacional.
A presente operação é a segunda fase da Operação Difusão Vermelha, quando a PCDF cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, com o apoio da Interpol, em Lisboa, na Alemanha e República Tcheca. Nessa operação, as equipes desarticularam uma organização criminosa sediada em Portugal e investigada por falsos investimentos em Forex e Day Trade. “Os criminosos, embora sediados em Portugal, buscavam vítimas apenas no Brasil”, destaca o delegado Eric Sallum, da 9ª DP, que coordena as investigações.
De acordo com Sallum, após as primeiras prisões, a investigação apurou que os criminosos tentaram se reorganizar, efetivando a substituição dos líderes presos e o reinício das atividades. Nas apurações, foi possível descobrir a identidade do maior golpista do grupo criminoso — responsável por gerar os maiores prejuízos a vítimas brasileiras. “Uma das vítimas perdeu R$ 1,5 milhão e um casal, residente no DF, perdeu pelo menos R$ 630 mil.”
O registro de ocorrência desse casal foi o início de toda a investigação. O golpista telefonava para as vítimas no Brasil e se apresentava como Rafael Fonseca, tratando-se de um suposto analista de investimentos.
Com o avanço da apuração, a PCDF identificou o verdadeiro nome desse criminoso e que o homem estaria lavando dinheiro por meio de uma banda de samba e um restaurante em Portugal.
O outro brasileiro, também preso nesta manhã, era um dos gerentes do esquema ligado diretamente ao tcheco detido na primeira fase da operação. “Com esse novo desdobramento, a PCDF desarticula, de maneira irreversível, o grupo criminoso internacional”, ressalta o delegado da 9ª DP.
A PCDF, por meio do requerimento dos novos bloqueios financeiros, irá localizar mais bens e, assim, diminuir o prejuízo acarretado a centenas de vítimas. “Com esse bloqueio imposto à Anatel, também não será possível acessar os websites das empresas fantasmas do esquema criminoso no Brasil, o que irá impedir que novas vítimas sejam enganadas”, finaliza Sallum.
Todos os presos, na primeira fase, aguardam o processo de extradição— desenvolvido a pedido do Poder Judiciário e intermediado pelo Departamento de Cooperação Internacional da Polícia Federal e do Ministério da Justiça do Brasil.
Os dois presos, nesta manhã, também serão submetidos ao processo de extradição para responder aos crimes praticados no Brasil.
Assessoria de Comunicação/DGPC