Operação Sem Refúgio leva membros de orcrim à prisão; líder é preso em praia do RJ
Nesta terça-feira (9), a Polícia Civil de Goiás deflagrou a Operação Sem Refúgio. Ao todo, 150 policiais civis, capitaneados pela Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), cumpriram em Goiânia e região metropolitana 22 mandados de prisão temporária e 23 de busca e apreensão contra membros de uma organização criminosa dedicada a homicídios, tráfico de drogas, armas, munições e lavagem de dinheiro. Além da capital, houve prisões e buscas em Aparecida de Goiânia, Caldas Novas, Anápolis, Goianira, Itaberaí e Itapirapuã. Arma de fogo, munições, drogas, veículos, celulares e R$ 87.810,00 em espécie foram apreendidos com os suspeitos.
A operação foi realizada após a prisão de Douglas Alves Machado, conhecido como “Cara de Cavalo”, líder do grupo que, desde agosto de 2023, estava foragido e foi localizado na comunidade da Rocinha, Rio de Janeiro, território dominado pela organização que integra. Após intenso trabalho de equipes da DIH, que se deslocaram para o Rio de Janeiro, com apoio de policiais fluminenses, Douglas foi preso no domingo de Páscoa (31/03/2024), na praia de São Conrado, zona sul do Rio. Refugiado na comunidade, Douglas comandava com mão de ferro a distribuição de drogas em dezenas de bairros das regiões Central e Centro-Oeste da capital goiana, mandando matar sem o menor pudor qualquer um que atrapalhasse sua atividade criminosa. Após a prisão do líder, que tinha mandado de prisão definitiva por crimes de homicídio qualificado, lesão corporal e uso de documento falso e havia foragido de livramento condicional, os trabalhos se voltaram às prisões de seus associados em solo goiano.
A investigação iniciou no segundo semestre de 2023, estimando-se que ao menos dez assassinatos sejam de responsabilidade do grupo, na medida em que ocorreram na área então dominada por Douglas, onde nenhum crime era cometido sem sua anuência. Os outros 21 presos eram intimamente ligados a Douglas na guarda e disseminação de drogas, armas, munições e veículos utilizados pela organização. Apreendidos celulares, anotações, automóveis, armas e drogas, a investigação avançará para delimitação precisa da conduta de cada associado em cada homicídio. Na mesma medida, conforme os respectivos graus de envolvimento, serão indiciados por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, posse de armas e munições e lavagem de dinheiro.
Os mandados judiciais foram expedidos pela 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida de Goiânia, sob ordem do juiz titular, Dr. Jesseir Coelho de Alcântara. Douglas está preso no Rio de Janeiro e em breve será recambiado para Goiás. A operação teve apoio da Polícia Civil e Polícia Militar do RJ, Ministério da Justiça e delegacias especializadas da PCGO. A divulgação da imagem dos presos foi procedida nos termos da Lei nº 13.869/2019 e da Portaria nº 547/2021 – PC, conforme despacho do(a) delegado(a) de polícia responsável pelo inquérito policial, de modo que a publicação de sua imagem possa auxiliar no surgimento de novas vítimas e testemunhas que façam seu reconhecimento, além de novas provas.