Paraense presa na Indonésia: depoimento é adiado para a próxima semana
Audiência foi cancelada por falta de tradutor. ‘Como a Manuela não domina o Bahasa, não tem como ter interrogatório’, disse seu advogado
O interrogatório da paraense presa em Bali, na Indonésia, por tráfico de drogas, teve de ser adiado para a próxima semana. A aduiência, que estava marcada para esta terça-feira (02/05), na qual Manuela Vitória de Araújo Farias iria depor, ficou agendada para o dia 9 de maio, na próxima terça-feira. A informação foi confirmada na manhã de hoje pelo advogado de defesa da jovem, no Brasil, o criminalista Davi Lira.
Segundo o advogado, a sessão não aconteceu por falta de tradutor. O profissional responsável por traduzir a audiência durante o interrogatório teria ficado doente e não pôde estar no compromisso. “Como a Manuela não domina o Bahasa (idioma da região), não tem como ter interrogatório”, disse o advogado.
Davi explica que, na Indonésia, as audiências são sempre pela parte da tarde, porém, como o horário do país asiático é 10 horas à frente do horário de Brasília, as sessões acabam acontecendo sempre entre 2h e 5h da madrugada, segundo o relógio brasileiro.
Ainda ontem, em entrevista ao O Liberal, a tia da jovem, Luiza Araújo, disse que desde o momento da prisão, em dezembro do ano passado, no aeroporto de Bali, tudo “parece um pesadelo” para a família. “O pior de tudo é não saber quando vai terminar e nem como”, disse Luiza.
O advogado Davi Lira também já havia informado que não há um prazo para o fim do processo, o que aumenta a ansiedade sobre o que será decidido quanto à vida de Manuela, que ainda está sob risco de pena de morte ou prisão perpétua. “Ela continua tensa. Tenta manter uma mentalidade posiva, mas está apreensiva”, comenta.
Rembre o caso da paraense presa na Indonésia
Manuela era moradora do bairro do Guamá, em Belém, capital paraense, mas também tinha casa em Santa Catarina, onde mora a mãe. No dia 27 de janeiro ela foi indiciada por tráfico de drogas, após ter desembarcado em Bali, na Indonésia, com quase 3kg de entorpecentes.
O advogado dela, Davi Lira da Silva, alegou que ela foi usada como ‘mula do tráfico’, enganada por uma organização criminosa de Santa Catarina, que prometeu férias e aulas de surfe para ela no país asiático.
“Ela passou no aeroporto no Brasil e no Catar. Quando foi do dia 31 [de dezembro] para o dia 1º [de janeiro], foi detida no aeroporto da Indonésia”, relatou o advogado. “Ela foi usada como ‘mula’, termo bem comum no Brasil. Na Indonésia, usaram o termo ‘atravessadora'”, completou.