Pele eletrônica elástica dá sensibilidade ao toque a robôs

Pele eletrônica elástica dá sensibilidade ao toque a robôs

Uma nova tecnologia faz os robôs sentirem o toque por meio de uma pele eletrônica elástica, semelhante à dos humanos. Abrindo possibilidades para a realização de tarefas que exigem grande precisão e controle da força.

O estudo foi publicado no dia primeiro de maio pela revista Matter e realizado pela Universidade do Texas, em Austin, nos Estados Unidos. Diferentemente, de versões anteriores, que a pele eletrônica perde precisão sensorial à medida que o material se estica, os cientistas se preocuparam em consertar esse problema.

“A pele eletrônica precisa se esticar e dobrar para acomodar nossos movimentos, assim como a pele humana”, diz Nanshu Lu, professora do Departamento de Engenharia Aeroespacial e Mecânica da Escola de Engenharia Cockrell, que liderou o projeto, em comunicado. “Não importa o quanto nossa pele eletrônica se estique, a resposta à pressão não muda, e isso é uma conquista significativa.”

A professora acredita na possibilidade dessa pele artificial poder ser essencial para uma mão robótica com sensibilidade ao toque e suavidade comparável a de uma mão humana. Isso teria aplicações na medicina, permitindo que robôs verifiquem o pulso, realizem limpezas corporais ou façam massagens.

Além dos cuidados médicos, a novidade pode ser aplicada em robôs destinados a situações de desastres, oferecendo diferentes formas de cuidar de pessoas com mais eficácia e gentileza. Lu também destaca o destino da tecnologia para o cuidado com idosos. “Os robôs são uma peça importante desse quebra-cabeça”, acrescenta ela.

Representação científica da pele eletrônica — Foto: Matter
Representação científica da pele eletrônica — Foto: Matter

A tecnologia da pele eletrônica funciona quando detecta a pressão do contato, permitindo que a máquina conectada saiba quanta força aplicar, como segurar um copo ou tocar uma pessoa. Na versão convencional, se esticada a pele artificial também registra essa deformação, gerando ruídos adicionais que podem resultar em um robô aplicando força excessiva para segurar algo.

O principal dispositivo para a eficiência da descoberta é um sensor de pressão de resposta híbrida inovador, que combina materiais elásticos à pele eletrônica, desenvolvido por Lu e sua equipe ao longo de anos. Sem essa adaptação, nas versões convencionais, esse sensor híbrido utiliza as respostas capacitivas ou resistivas à pressão.

Durante as demonstrações, a elasticidade possibilitou aos pesquisadores criar sondas e garras infláveis, que podem alterar sua forma para executar uma variedade de tarefas sensíveis ao toque. A sonda envolta em pele inflada foi usada em seres humanos para capturar com precisão o pulso, e as garras desinfladas conseguiram segurar um copo sem deixá-lo cair, mesmo quando uma moeda foi colocada dentro.

O dispositivo também foi capaz de pressionar uma casca de taco crocante sem quebrá-la. Atualmente, os pesquisadores do projeto estão com um pedido de patente provisória para a tecnologia de pele eletrônica, e Lu está aberta a colaborar com empresas de robótica para levá-la ao mercado.


Fato Novo com imagem e informações: Revista Galileu

Geraldo Naves

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