População de tubarões caiu pela metade em 50 anos, aponta estudo

População de tubarões caiu pela metade em 50 anos, aponta estudo

Sobrepesca motivada pela captura de carne, barbatanas e óleo de fígado também afeta raias e quimeras

Apesar de ser frequentemente retratado como um predador feroz que faz inúmeras vítimas nos filmes de Hollywood, o tubarão é, na verdade, mais ameaçado pelo ser humano do que o contrário. Um estudo mostra que, nos últimos 50 anos, o contingente deste animal marinho foi reduzido pela metade por conta da sobrepesca.

E não é a única espécie alvo da predação excessiva. A população global de raias também caiu para metade desde 1970. As quimeras, peixes cartilaginosos frequentemente chamados de “tubarões-fantasma” ou ratfish, em inglês, devido à sua aparência peculiar, desde 1951 também foram reduzidos em 64,8%.

Em 2020, 33,3% das espécies de raias e 37,5% das de tubarões estavam em risco de extinção, índice que chegava apenas a 3,5% em 1970.

As três espécies pertencem à classe dos condrichthianos, um grupo de vertebrados com 420 milhões de anos que compreendem 1.199 espécies encontradas em todos os oceanos do mundo. Em geral, são capturados pela sua carne, barbatanas ou óleo de fígado.


“Além da caça intencional e da captura acidental, a ameaça aos tubarões é agravada pela degradação do habitat , mudanças climáticas e poluição. O resultado é que mais de um terço dos condrichthianos agora enfrentam a ameaça de extinção”, disse o professor Colin Simpfendorfer, da James Cook University, coautor da análise, publicada no periódico Science.


O pesquisador dá a receita para que o cenário seja modificado. “As nações podem reduzir o risco de extinção diminuindo a pressão da pesca para níveis sustentáveis, fortalecendo a governança da pesca e eliminando subsídios prejudiciais”, pontua, destacando que mudanças importantes neste sentido forma promovidas em países como Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Estados Unidos e partes da Europa e África do Sul.


*Revista Fórum

Geraldo Naves

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