Possível falha nos exames de rotina pode ter transmitido HIV durante transplantes
A Polícia Civil está conduzindo uma investigação para apurar se houve negligência no controle de qualidade por parte do laboratório PCS Labs, fator que pode ter contribuído para a liberação equivocada de órgãos contaminados com o vírus HIV para transplantes. De acordo com as autoridades, o laboratório atestou incorretamente a ausência do vírus nos órgãos, resultando na infecção de seis pacientes.
O delegado responsável pelo caso, André Neves, destacou que a investigação já identificou falhas no processo de verificação da validade dos reagentes utilizados nos testes. Esses reagentes são fundamentais para detectar a presença do HIV no sangue. Quando vencidos, eles podem não funcionar adequadamente, levando a resultados falsos negativos.
Conforme relatado por Neves, o laboratório teria optado por reduzir a frequência das verificações dos reagentes de diária para semanal, supostamente com o objetivo de cortar custos e aumentar os lucros. Essa alteração teria aumentado significativamente os riscos associados aos testes realizados. “A decisão de espaçar as verificações será alvo de responsabilização criminal”, afirmou o delegado, que também lidera o Departamento de Polícia Especializada.
Além disso, outras linhas de investigação estão sendo exploradas pela Delegacia do Consumidor, sob a supervisão do delegado Wellington Oliveira. Entre as hipóteses em análise está a possibilidade de emissão deliberada de laudos falsos. Na última segunda-feira (14), a Polícia Civil executou 11 mandados de busca e apreensão e deteve duas pessoas: Walter Vieira, um dos sócios da PCS Labs, e um técnico do laboratório. Outros dois indivíduos alvo de mandados de prisão permanecem foragidos.
As autoridades continuam aprofundando as investigações para esclarecer todos os aspectos envolvidos neste grave incidente, que coloca em xeque a segurança e integridade dos procedimentos médicos realizados pelo laboratório investigado.
