Quase 50 mil mamíferos do Pantanal morreram nas queimadas de 2020, diz estudo

Quase 50 mil mamíferos do Pantanal morreram nas queimadas de 2020, diz estudo

O Grupo de Estudos em Vida Silvestre (GEVS) publicou um artigo no Journal of Applied Ecology, periódico científico da British Ecological Society, para falar dos resultados de um estudo a respeito da morte de mamíferos no grande incêndio que dizimou o Pantanal em 2020. Os pesquisadores utilizaram modelagem espacial para estimar a quantidade de indivíduos que perderam a vida na ocasião.

“Os dados apontam que 26 das 27 espécies de mamíferos de médio e grande porte, presentes na região, morreram diretamente devido aos incêndios, com uma estimativa média em torno de 49 mil indivíduos”, diz José Luis Cordeiro, que é pesquisador da Fiocruz Ceará e um dos autores da pesquisa. A declaração foi publicada em um comunicado da Fiocruz.

Na análise, foram usadas as amostragens de carcaças com protocolo de observadores duplos para estimar os números e avaliar os padrões espaciais da mortalidade direta de mamíferos de médio e grande porte em uma reserva com 1.080 quilômetros quadrados no Pantanal Norte, a RPPN Sesc Pantanal. Dentre esses animais, os mais afetados foram macacos-prego, cutias, catetos, queixadas, antas, veados mateiro e catingueiro, tamanduás-mirins, quatis e capivaras. Os pesquisadores frisam que três dessas espécies estão ameaçadas de extinção: macaco-prego, queixada e anta.

O incêndio de 2020 durou 43 dias e atingiu cerca de 93% da reserva. A abrangência do fogo bateu recorde na ocasião, mas as queimadas deste ano superaram a marca histórica do Pantanal.


*Revista Galileu

Geraldo Naves

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