“Só ouvi disparos”, diz mulher envolvida em briga com PM e bombeiro
“Ouvi três disparos. Foi um desespero”. É assim que a técnica em enfermagem Maíra Souza define o desfecho da briga de trânsito entre ela, um policial militar e um sargento reformado do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. A situação ocorreu no Setor Sul do Gama na noite de quarta-feira (28/8). O PM Luís Maurício Alves dos Santos e o bombeiro Fábio Ricardo Coutinho (foto em destaque) foram detidos após o ocorrido.
Maíra, que estava no carro com a filha de 17 anos e o filho de 1 ano, detalhou que após o acidente, o carro em que Luís e Fábio estavam não parou. “Eu parei, desci do carro, mas ele não parou. Então, fui atrás dele, dei farol alto, buzinei, mas nada. Aí acelerei, ultrapassei e parei o carro na frente do dele”, afirmou.
“Quando ele [Fábio] desceu do carro, a primeira coisa que ele falou foi: ‘Você sabe com quem está falando?’”. Maíra contou que o bombeiro parecia estar alterado. “Não conseguia nem falar direito, parecia embriagado”.
A discussão começou a ficar acalorada e Maíra, que estava sem celular no momento, pediu ajuda a pessoas que próximas para acionar a polícia. “Ele começou a querer partir para cima de mim e da minha filha, mas as pessoas que estavam me ajudando seguraram ele”.
A técnica em enfermagem relatou que, em certo momento, o bombeiro se aproximou do próprio carro, aparentemente, com o intuito de ir embora. “Foi quando eu olhei para o carro e vi o cadeirante com a arma. Ouvi três disparos. Foi um desespero”. Maíra se refere ao PM Luís Maurício, que estava de passageiro no veículo conduzido por Fábio.
Ela afirmou que, com medo, pediu que os filhos e a testemunha que estava chamando a polícia entrassem no carro. “Fiquei com medo dele continuar atirando. Então, saí, deixei meu filho pequeno em casa e fui para a delegacia”.
De acordo a Polícia Militar, a equipe foi acionada às 21h34 pelo Centro de Operações Policiais Militares (Copom) para atender a uma ocorrência na quadra 6 do Setor Sul do Gama.
Detenção
Segundo a denúncia, uma pessoa estaria tentando agredir um cadeirante, que se apresentou como policial militar da reserva. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram Luís Maurício sentado em sua cadeira de rodas com uma arma de fogo entre as pernas.
O PM relatou que seu amigo, Fábio, havia sido agredido com um tapa no rosto por um homem que estava na praça próxima, após uma discussão envolvendo uma mulher. Segundo ele, o agressor teria intervido para defender a mulher durante a briga de trânsito.
Os envolvidos foram encaminhados à 20ª Delegacia de Polícia (Gama). Na DP, o bombeiro estaria apresentado exaltação e precisou ser algemado. O momento foi gravado. Veja:
A investigação do caso ainda está em andamento. Devido ao estado de embriaguez, Fábio não prestou depoimento.
O bombeiro foi autuado por embriaguez ao volante e ameaça. O policial militar foi detido por disparo em via pública. Ambos foram levados ao 19º Batalhão da PMDF.
De acordo com a PMDF, “será aberto um procedimento administrativo para apurar a conduta do policial, em âmbito ético-disciplinar”.
