Sua conversa não tem ponto final?

Sua conversa não tem ponto final?

As pessoas vivem atarefadas, apressadas, sem tempo. Se, por um lado, a tecnologia abre portas para melhorar mais e mais a produtividade, por outro, impõe também tarefas sem fim. O indivíduo acaba por acumular demasiada quantidade de afazeres que não cabem mais nas suas horas de trabalho. É preciso, portanto, fazer mais no mesmo tempo.

Por causa dessas atividades sem fim, as pessoas estão cada vez mais ocupadas e exigem objetividade. Quase ninguém tem paciência para ouvir conversas intermináveis ou ler mensagens longas. Querem que o interlocutor se expresse sem rodeios, que vá direto ao ponto.

Auto avaliação

Esse é um momento de reflexão para todos nós. Será que não estamos consumindo tempo exagerado para dizer o que poderia ser dito em poucas palavras? Nem sempre temos consciência desse comportamento. É comum observarmos nos outros, mas nos esquecemos de analisar como agimos.

Quantas pessoas não poupam críticas aos que se exprimem de forma prolixa e padecem do mesmo mal. Já no momento em que fazem o comentário têm dificuldade de colocar o ponto final. Portanto, essa autoavaliação é importante para identificarmos o problema na nossa comunicação.

Indicações 

Alguns sinais, às vezes bastante sutis, nos ajudam a tomar consciência de estarmos ou não sendo prolixos e podem nos revelar se precisamos ser mais concisos.

Ainda que o comentário não seja direto e ostensivo, procure se lembrar se alguém deu a entender que você fala muito. Até em tom de brincadeira, a pessoa pode estar passando essa mensagem. Por exemplo, quando alguém diz: opa, já me esqueci do que você falou lá no início.

Passando do limite

Há situações em que nós nos surpreendemos por ter falado sem nos darmos conta de que o tempo passou. Para nós pode ter sido bem rápido, mas para quem ouve nem sempre é assim. Essa constatação será um bom indicador de que estamos nos estendendo além do limite.

Vamos analisar alguns motivos que levam as pessoas a serem prolixas. Em todos os casos, com boa vontade e disciplina será possível fazer mudanças e reduzir o tamanho do discurso. Com certeza, ninguém ficará chateado pelo fato de falarmos menos.

Vaidade intelectual

Uma das maiores causas da prolixidade é a vaidade intelectual. Há pessoas que não resistem à oportunidade de mostrar seu preparo e revelar sua erudição. Assim que percebem uma chance, por mais remota que seja, passam a construir pontes, ligando ideias, até poderem revelar o que aprenderam em suas leituras, nos cursos que realizaram ou por qualquer outra fonte.

Nesses casos, o discurso se assemelha a uma árvore repleta de galhos. Seguem em determinado rumo e mudam a direção no meio do caminho. Fazem de tudo para incluir todas as informações do estoque. Há situações em que os ouvintes têm dificuldade para acompanhar o raciocínio. E não raro, até aquele que fala acaba por se perder.

Diretamente ao ponto

Se concluir que se comporta assim, abandone essa forma de se comunicar e comece a ir diretamente ao ponto. É evidente que há momentos em que a informação é necessária para a compreensão da mensagem. Nesses casos, a própria relevância do dado justifica sua inclusão. O que precisa ser evitado é querer apenas dar demonstração de conhecimento, sem outra finalidade.

O ideal é traçar um objetivo e caminhar numa espécie de linha reta. Crie o hábito de perguntar a você mesmo: até que ponto essa nova informação será relevante para o resultado da apresentação? Se chegar à conclusão de que ela apenas servirá para demonstrar seu preparo cultural, não hesite em excluí-la da mensagem.

A falta de um direcionamento definido pode levá-lo a se estender nas conversas ou apresentações sem que saiba exatamente aonde deseja chegar. São incontáveis os casos.

Aonde chegar

Por isso, reflita antes de começar a falar: o que desejo comunicar? Será que pretendo convencer, esclarecer, entreter, informar? Estabeleça seu objetivo principal e se dedique para atingi-lo.

Outro aspecto a ser considerado dentro dessa questão é que só terá objetividade quem souber organizar de maneira correta o seu raciocínio. Sem essa condição, as ideias serão jogadas como se fossem dissociadas umas das outras, sem norte.

Se tomar esses cuidados, não divagará desnecessariamente. Irá com objetividade ao ponto, facilitará o entendimento dos ouvintes e ampliará suas chances de ser bem-sucedido ao se pronunciar. Vale a pena se dedicar a esse aprendizado tão importante nos dias atuais. Tenha como lema não usar duas palavras quando uma só for suficiente para comunicar o que deseja.

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