‘Trânsito no Jardim Botânico não diminuiu com viaduto’, avaliam deputados

‘Trânsito no Jardim Botânico não diminuiu com viaduto’, avaliam deputados

Obra foi inaugurada na última semana, com recursos da ordem de R$ 33 milhões

Na sessão ordinária desta quarta-feira (13), os parlamentares Max Maciel (Psol) e Gabriel Magno (PT) criticaram o novo viaduto da região administrativa do Jardim Botânico, construído pelo Executivo. Com investimento de R$ 33,5 milhões, o elevado foi inaugurado na última sexta-feira (8), com a promessa do Buriti de garantir mais fluidez ao tráfego de 50 mil motoristas que passam pela região todos os dias.

Presidente da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana da Casa, o deputado Maciel informou que Comissão fez vistoria técnica no local e constatou que há ciclovias entre matas, sem iluminação e com pontos cegos; além de travessias longas para pedestres, que podem preferir se arriscar entre carros a optar pelo trajeto mais comprido. “O que gerou? O engarrafamento que era em cima, agora está embaixo. Não se fez nada para mudar a lógica do trânsito, só fez um buraco”, pontuou.

Maciel ainda defendeu que a solução para o trânsito é priorizar o transporte coletivo, construir corredores exclusivos para ônibus, e criar um fundo voltado à mobilidade. “Podem fazer cinco viadutos que não vai resolver o problema”, disse enquanto remetia ao anúncio recente do GDF de construir mais um elevado, desta vez em São Sebastião. “Isso é uma escolha de governo, rodoviarista desde a fundação de Brasília, e que vai colapsar o DF”, definiu.

O posicionamento recebeu endosso do distrital Magno, que recorreu a sua experiência na região para reforçar o discurso. “Passo todos os dias no viaduto do Jardim Botânico, porque moro no Jardim Mangueiral, e o tempo no trânsito é o mesmo, não diminuiu um minuto”, concluiu.

Ônibus refrigerado 

Outro aspecto da mobilidade explorado na sessão foi a refrigeração dos ônibus de Brasília. Aprovado na Comissão de Mobilidade e no plenário da Câmara Legislativa, a Lei nº 7.429/2024, de autoria do João Cardoso (Avante), propunha tornar obrigatória a instalação de ar-condicionado nas novas frotas de veículos.

Maciel alertou que, em vez de implementar, o governo recorreu e derrubou a norma no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. O órgão considerou a medida inconstitucional por vício de iniciativa. “Para quem vive em Brasília e experimento uma seca danada de 161 dias, só quem não pegou um ônibus lotado no calor acha que não precisa de ar-condicionado”, declarou. Ao término do comunicado ainda apontou que normativos da Organização Mundial de Saúde identificam o estresse e o tempo no transporte público como uns dos maiores causadores de adoecimento da classe trabalhadora.


*Daniela Reis – Agência CLDF

Geraldo Naves

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