Veja como falsos advogados estão enganando clientes e roubando dinheiro de processos
Em um golpe que tem preocupado os moradores do interior paulista, criminosos têm se passado por advogados para aplicar fraudes e roubar grandes quantias de dinheiro. Usando informações reais de processos judiciais, os golpistas entram em contato com pessoas envolvidas em disputas legais, afirmando que há taxas adicionais a serem pagas para acelerar o andamento dos processos.
O resultado tem sido desastroso: vítimas têm perdido quantias significativas, chegando a mais de R$100 mil. Este golpe, conhecido como “Falso Advogado”, é uma combinação de engenharia social e falsificação de documentos, e tem causado um alarme entre advogados e autoridades.
Em Bauru, o advogado Ivan Garcia Goffi relatou o caso de uma cliente que foi enganada por golpistas que se apresentaram como advogados. Segundo Goffi, os criminosos seguem um esquema de quatro etapas: acessam processos virtuais, coletam dados do cliente e do advogado, entram em contato se passando por advogados e, finalmente, falsificam documentos para obter pagamentos indevidos. A vítima, acreditando que estava agilizando seu processo judicial, transferiu uma grande quantia para os golpistas.
Goffi alerta que não há como adiantar processos judiciais por meio de pagamentos, pois o andamento dos casos depende exclusivamente dos procedimentos do cartório e não de valores adicionais. A facilidade de acesso a informações judiciais pela internet facilitou o trabalho dos golpistas, que antes precisavam ir presencialmente aos fóruns para obter dados.
A presidente da OAB-SP, Patricia Vanzolini, enfatiza que todas as informações sobre processos são públicas, exceto em casos específicos como processos envolvendo menores de idade ou crimes sexuais. Ela recomenda que qualquer pedido de pagamento não previamente acordado deve ser verificado diretamente com o advogado ou com a OAB.
A OAB-SP também elaborou uma cartilha com orientações para ajudar o público a evitar cair em fraudes semelhantes, confira dicas:
- Desconfiar de solicitações de transferências bancárias não previstas em contrato
- Verificar a autenticidade de qualquer pedido de pagamento
- Confirmar informações diretamente com o escritório de advocacia
Caso se torne vítima, é crucial registrar um boletim de ocorrência e informar a OAB.