Vizinhos dizem à PM que bebê morto em quitinete no DF sofria agressões
O pai do bebê de 2 anos foi preso em flagrante no Paranoá. A criança morreu em decorrência das lesões supostamente provocadas pelo genitor
Vizinhos que moravam ao lado da quitinete onde um bebê de dois anos foi encontrado morto, nessa terça-feira (17/10), no Paranoá, relataram à Polícia Militar (PMDF) que a criança era vítima de violência doméstica. O pai do menino foi preso em flagrante suspeito de ter causado a morte.
O homem não confessou o crime diretamente, mas, segundo a investigação, há provas de que a criança morreu em decorrência das lesões supostamente provocadas pelo genitor. O caso é investigado pela 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá).
O pai da criança, que não teve a identidade divulgada pelos investigadores, será indiciado como autor de homicídio qualificado. O bebê foi encontrado sem vida, na manhã de terça, após o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) atender a ocorrência. O óbito da criança foi declarado no local, após regulação médica.
De acordo com a Secretaria de Educação, o homem estava no banco de aprovados do Processo Seletivo Simplificado para Professor Substituto de educação física, mas não chegou a assumir o cargo.
Episódios de agressão
Responsável pela ocorrência, o tenente Rocha contou ao Metrópoles que a aparência do bebê indicava que a morte teria acontecido há mais tempo do que o relatado pelos responsáveis. Além disso, os pais estavam se contradizendo.
“Com isso, a gente acionou a Polícia Civil. Aí conseguimos tomar contato de algumas testemunhas, de vizinhos, que informaram que já teria havido outros episódios de violência envolvendo a criança. A partir daí, a gente passou a tratar a situação como uma possível cena de crime. O local foi preservado e os genitores da criança levados à PCDF“, afirma.
Os vizinhos falaram que já tinham ouvido episódios de possíveis agressões. Um deles contou que viu a criança no dia anterior, e que naquele momento ela não tinha machucados aparentes.
Bebê machucado
A criança, segundo o tenente, tinha vários hematomas espalhados pelo corpo, com machucados contundentes no olho. “O pai atribuiu [os ferimentos] às possíveis quedas da criança, em razão de um problema na perna. Tinha uma mancha no olho da criança, algumas outras pelo corpo”, disse.
Sobre as versões apresentadas, os pais alegavam que a vítima tinha apenas passado mal e, por isso, chamaram os bombeiros. “O pai alegava que não houve nenhum tipo de agressão, nem castigo, palmada, qualquer coisa do tipo. A criança apresentava alguns sinais bem aparentes de hematoma causado por algum tipo de lesão. E a mãe, ainda no local, negou qualquer tipo de agressão por parte do pai, mas ela apresentava uma situação de confusão mental”, comenta Rocha.
Uma equipe da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) também foi acionada. Os pais da criança ficaram a tarde inteira na 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), onde prestaram depoimento e aguardaram o laudo apontando as condições da morte do bebê.
A mãe do menino foi liberada da delegacia, mas as investigações seguem no sentido de elucidar o crime.
Fonte: Metrópoles