Mingau do Ultraje a Rigor: Paraty já registrou 11 tentativas de homicídio de janeiro a julho
Suspeito de participar da ação que feriu Rinaldo Oliveira Amaral foi preso neste domingo
O crime, do qual o baixista da banda Ultraje a Rigor, Rinaldo Oliveira Amaral, foi vítima, chamou a atenção para a questão da segurança pública na cidade, que é Patrimônio Mundial da Unesco por sua cultura, fauna e flora. O município da Costa Verde fluminense tem várias regiões dominadas pelo tráfico de drogas e tem sido alvo de operações da polícia. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP), só as tentativas de homicídio de janeiro a julho deste ano foram 11 na área da 167ª DP, mais que o dobro das cinco no mesmo período do ano passado. Já os casos de letalidade violenta — que englobam registros como homicídio doloso e latrocínio — aumentaram de oito nos sete primeiros meses de 2022 para 13 este ano.
O baixista da banda Ultraje a Rigor, conhecido como Mingau, foi baleado na cabeça em Paraty, ao entrar numa rua do bairro da Ilha das Cobras, na noite do último sábado. Um suspeito de participar da ação foi preso ontem à tarde, durante diligências realizadas pela Polícia Civil, que não informou a identificação do detido. O delegado que investiga o caso, Marcelo Russo, da 167ª DP (Paraty), afirmou que os agentes buscam imagens de câmeras de segurança da região que possam ajudar na elucidação da tentativa de homicídio. Ainda segundo confirmou a polícia, o baixista foi direcionado à comunidade por um aplicativo com GPS.
Após ser baleado, o músico foi levado para o Hospital Municipal Hugo Miranda, em Paraty, mas foi transferido na manhã de ontem para o hospital particular São Luiz Itaim, na Zona Sul da cidade de São Paulo. A prefeitura decidiu pela remoção por conta da complexidade do ferimento. Por volta de 1h de domingo, o vocalista Roger fez um apelo nas redes por um neurocirurgião. Rinaldo foi levado de helicóptero para a unidade de saúde paulista. A aeronave, equipada com uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) móvel do Corpo de Bombeiros, contou com o acompanhamento de um médico, um enfermeiro e um técnico de enfermagem.
Saque no banco
A localidade onde o músico foi baleado é apontado pela polícia como um lugar violento e dominado por uma facção criminosa, embora fique perto do famoso Centro Histórico da cidade.
Segundo depoimento de Roberto Carlos Queiroz, amigo do músico e que estava no banco do carona na hora do crime, eles decidiram sair para jantar por volta das 22h de sábado. Durante o trajeto, o baixista, que é dono de uma pousada na cidade, precisou parar em uma agência bancária, onde efetuou um saque. Em seguida, ao acessarem uma rua do local onde foram baleados, Roberto ouviu diversos tiros, o que o fez se abaixar dentro do veículo na tentativa de se proteger. Já baleado, a vítima perdeu o controle do carro e bateu no portão de uma residência. Ao tentar ver como estava Rinaldo, ele percebeu que o amigo estava ferido na região da cabeça e, no mesmo instante, conseguiu ver vários homens armados no local. Apesar de ter testemunhado o fato, Roberto afirmou na delegacia que não tinha condições de realizar o reconhecimento dos autores dos disparos.
Dono de pousada
Rinaldo é dono da pousada Refúgio do Mingau, localizada na Praia do Cepilho. Em uma das publicações do músico no Instagram, ele descreve o local como “onde sou mais feliz”. Também há uma postagem de Mingau com Murilo Couto na pousada. O humorista é colega do músico no “The Noite”, apresentado por Danilo Gentili, no SBT.
O Ultraje a Rigor foi criado em 1980, mas Mingau entrou no grupo apenas em 1999, após a saída de Serginho. Em junho de 2011, a banda passou a fazer parte do elenco do talk show “Agora É Tarde”, como banda fixa.
Fonte: O Extra